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O Precariado Não é Uma "Nova" Classe (Classe, consciência e precariado)

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  VEJA TAMBÉM EM EDITORA GEN/FORENSE Resumo: Trata-se de entender o precariado a partir das novas realidades produtivas do regime de acumulação capitalista. Defende-se que, à luz dos conceitos marxianos de  consciência  e  luta de classes , não é possível afirmar que o precariado seja uma “nova” classe ou uma “classe em formação”. Trabalha-se com o Materialismo Histórico quanto ao desenvolvimento do processo de reprodução do capital, especificamente atendo-se às consequências apontadas por Marx para a classe trabalhadora, do ponto de vista da compreensão do que trata a Lei Geral do Valor. Propõe-se que as lutas dos movimentos sociais contemporâneos sejam unificadas à luta do precariado, pois o objetivo fundamental da teoria marxiana é a  emancipação humana  fora do sistema capitalista de produção. ARTIGO COMPLETO (Universidade Federal Goiás/ Catalão)  ARTIGO AMPLIADO (A terra é redonda)

Desmatamento, Egoísmo e Estado de Necessidade: Os Mitos do Contratualismo

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Hoje* de manhã ouvi duas notícias: 1. o desmatamento na Amazônia cresceu 300%; 2. um professor nos EUA fez uma pesquisa que comprova que as pessoas à medida que conseguem mais dinheiro ficam menos atentas às dificuldades dos outros (rádio USP). isso tudo tem a ver com o Contratualismo. A teoria de Hobbes parte da extrema carência no estado (situação) de natureza, indigência. havendo carência existe MEDO, logo os homens partem para a violência para preservar o que têm: antes que me roubem eu mato! daí deriva a necessidade do Estado (governo/governante), absoluto, truculento, excessivo, desproporcional, violento. A teoria de Locke, ao contrário de Hobbes, parte do estado (situação) de natureza com abundância, provedor. não havendo carência, mas abundância, NÃO EXISTE MEDO, logo o direito natural (costumes, valores, cultura) é suficiente e os homens vivem em harmonia e paz! daí deriva um Estado mínimo (Governo/governante é um "mal necessário"). o problema no Locke é

Egologia e Constituição: a luta que nós travamos

  É conhecida a parábola de Carlos Cossio sobre o valor positivista de uma Constituição. Em tempos em que a nossa parece destruída à mercê dos mesquinhos interesses do poder, vale perguntar de onde vem a "força da lei", indagação de Jacques Derrida, e há muito perseguida pela Filosofia do Direito. A parábola de Cóssio "dirigida" em debate presencial ao mestre Hans Kelsen, foi: "Por quê afinal os franceses durante as Grandes Guerras, quando protegeram escondendo as suas obras de arte mais valiosas, para que os alemães não as destruíssem, não esconderam seu bem maior, no caso, por quê não esconderam a Constituição Francesa?". Kelsen, obviamente percebendo onde Cossio queria chegar manteve-se em silêncio. Disse Cossio: "Porque para os franceses a Constituição está no coração de cada um deles, ou não estaria em lugar algum!". O debate não era novo, não é novo. Mas é revelador de uma oposição fundamental para o Direito e para os Povos: a valência e a

Todas as estéticas são possíveis , mas não qualquer uma! - Parte II

Boas razões para escolher. A falta de ética se deve muito à incompreensão da realidade: contudo, o conhecimento não substitui a escolha, apenas retira a ignorância dela, quer dizer, aumenta a responsabilidade. Assim, Platão, se desculpava a ignorância, desejava que ela ficasse longe das decisões sérias dos cidadãos. Pelas mesmas razões Aristóteles, se afirmava que a Justiça e a Liberdade dependiam da educação, sabia que só esta não bastava: o pior inimigo é o cidadão que usa o conhecimento apenas para benefício próprio. Escolher é para poucos corajosos: uma escolha é uma intromissão em um vetor que configura de alguma forma a resistência à banalidade e ao quietismo. Mais: vivemos um tempo em que "verdades" existem tão-somente para serem refutadas, partindo de fatos ou factóides - vivemos na Era da Semiótica. Lugar de fala, etc. A coragem também nos diz que toda interpretação é possível, mas deveria ser admitido que nem toda é possível. Também: a experiência se diz muito quan

Todas as estéticas são possíveis, mas não qualquer uma!

  Todas as estética s são possíveis, mas não qualquer uma! Boas razões para escolher: quando Kant disse que a razão cria uma estética do mundo, não estava a defender uma razão qualquer ou uma estética qualquer, ao contrário, defendia que não era possível aceitar e viver em qualquer estética. Isto porque existe na razão uma parte transcendental que nos fornece as noções de bem e mal, bom e mau, certo e errado, máximas morais que impregna nosso espírito de ética, que ele chamou de imperativo categórico. Boas razões para escolher: ser humano e humanizar-se! Por isso desde o início dissemos que a luta era contra o mal! Mas a escolha é sempre nossa (humana no sentido do bem e civilização, animalesca e instrumental no sentido da barbárie). Boas razões para escolher! https://www.facebook.com/professor.sacadura

Um título grande (Para) um texto pequeno: Elocubrações, Insinuações e Paixões de Fausto Wolff a Filadélfia: o resgate da dignidade no direito ou sobre a diferença para a justiça

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Fausto Wolff: "-Eles não são juízes. São Apenas corpos. As togas comandam os corpos. São togas que jantam, respiram e julgam. As agulhas coseram os corpos às batas. Os homens precisam morrer para a lei triunfar. Quem não for da lei será julgado". De muito tempo, um velho professor me dizia que "a filosofia servia para retirar a virulência da lei". Kafka povoa os sonhos dos homens. Dormimos para sonhar. A maldição é que o sono não descansa, passa em memórias de forma criptografada, insinua-se entre as realidades aprendidas. Lá, entre os abismos do aprendido a civilização debate-se com a verdade. Realidade e verdade são coisas tão distintas... "Como uma heroína trágica, Maria Auxiliadora cobriu o rosto com as mãos. - Não me diga verdades, não me diga verdades. Quero mentiras nas quais possa acreditar". Andy ocultou a verdade enquanto pode, não é uma mentira, apenas um medo: "Filho do medo, o homem se afasta inexoravelmente, a cada minuto que p

Classe, Consciência e Precariado

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As trabalhadoras e trabalhadores modernos dos setores de serviços não são uma “nova” classe em formação, mas frações da classe trabalhadora   Este artigo tem por pano de fundo determinada correlação entre o “fim do trabalho” e a “consciência” do moderno trabalhador assalariado. Parte do princípio que o assim chamado Precariado não constitui uma nova consciência de classe e que, portanto, as trabalhadoras e trabalhadores modernos dos setores de serviços, serviços financeiros e organizações sociais, ainda que organizados e ainda que presentes nos movimentos sociais, não são uma “nova” classe em formação, mas frações da classe trabalhadora. VEJA O ARTIGO COMPLETO Leia também ENSAIO SOBRE O HOMEM COLETIVO Estou no FACEBOOK Estou no INSTAGRAM  

Tecnologia de Informação Verde

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Recentemente* fui convidado a falar sobre Sustentabilidade Empresarial para uma das grandes empresas de TV a cabo de São Paulo. Sustentabilidade está na moda e faz sucesso entre empresários, governo, gestores, intelectuais e parece fazer sentido para os jovens profissionais de nossas empresas. Há cerca de vinte anos eu introduzi em meus cursos a discussão sobre mudança de paradigmas e sempre que posso falo de Thomas Kuhn e sua preciosa obra escrita em 1962 – A Estrutura das Revoluções Científicas (Editora Perspectiva). Essa obra tem me preparado melhor para a descoberta de fatos novos e a importância de antecipar as transformações radicais que nos últimos cinqüenta anos nos levaram para os desafios que agora experimentamos. Considerei desde então três grandes revoluções que fundamentariam a nossa vida no limiar do século XXI: 1. A Revolução no Trabalho, que comumente chamamos de Toyotismo; 2. O Fim dos Empregos, que a meu ver não é exatamente o pior dos males para a sociedade humana;

Ensaio Sobre o Homem Coletivo

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  Desejo no Socialismo e a sublimação consumista             Dixi et salvari animan meam   Não há dúvidas que paira sobre o Socialismo a incerteza se o desejo que foi autorizado e subsumido pelas mercadorias, no contexto da hiperprodução das sociedades mercantis, se alterará substancialmente, ou, ao contrário, permanecerá nos moldes de nosso narcisismo atual. Parte da confusão que paira sobre esta dúvida deve-se ao fato que na maioria das vezes as análises partem do sistema do capital tal como o conhecemos até agora. Tal como é hoje, a vida social aparece fundamentalmente destituída da ação de seus agentes que se consomem no desempenho reprodutivo do regime de acumulação, privada, como valor-dinheiro-capital. A relação social e o dom são atravessados biopoliticamente (no sentido usado por Foucault) pela produtividade, pelo consumo e pelo desejo de massa. Assim, a vida é tomada pelos fetiches e reificação dos objetos e das coisas em geral, dos saberes e dos sentidos, tanto

A Gargalhada: O Expressionismo Alemão e o Bolsonarismo

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O Gabinete do Dr. Caligari (1920). Entre 1919 e 1924, no período logo após a 1ª. Guerra Mundial, surgiu na Alemanha um movimento estético chamado de Expressionismo Alemão. O primeiro filme que iniciou o movimento chama-se "O Gabinete do Dr. Caligari". Sua história é a seguinte: dois soldados alemães no final da guerra estão hospitalizados devido a seus ferimentos e descobrem que têm as mesmas ideias sobre as guerras. Após a guerra ambos decidem escrever o roteiro de um filme sobre o tema, mas de forma metafórica. O roteiro original foi escrito por Hans Janowitz e Carl Mayer, e foi dirigido em 1920 por Robert Wiene. A este último se deve em grande parte os efeitos que o filme teve sobre o povo alemão na época e, afinal, efeito que perdura até nossos dias, não como fatalidade, mas como "farsa". Aconteceu que os dois roteiristas venderem o roteiro e os produtores da época convidaram Fritz Lang (do filme "Metrópolis") para o dirigir. Este por sua vez, alegando

Filosofia do Direito