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Mostrando postagens de novembro, 2020

Do Direito e da Arte de Governar II - A construção da democracia no Brasil pós 88

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DOMINAÇÃO, IMPUTAÇÃO E PARTIDOS POLÍTICOS Escrevi este texto em 19 de novembro de 2010, logo após a eleição do primeiro governo de Dilma Rousseff. Recentemente em minha página do facebook (https://web.facebook.com/professor.sacadura), após as eleições de 2018, diante da perplexidade e frustração dos grupos sociais à esquerda, postei uma série de 10 assertivas procurando indicar, na minha opinião, quais os principais erros do progressismo, desde a redemocratização do nosso país, que levaram ao retrocesso espelhado no resultado direitista e conservador vencedor. A cada uma destas assertivas (ora perguntas, ora afirmações, ora provocações!) tenho procurado, agora, formular algumas teorias à luz da filosofia política e da sociologia contemporânea (https://web.facebook.com/professor.sacadura/photos/a.391108614642920/628630614224051/?type=3&theater). Desta feita, cabe responder à afirmação "VI - A ESQUERDA ERRA QDO VENERA A DEMOCRACIA... O QUE ESTÁ AÍ NÃO É CULPA DE UM PARTIDO,

Memória e História em termos Kitsch - Revisitando Blade Runner (2019)

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Fonte da foto: IGN.com Uma narrativa contém toda a expressividade da experiência vivida que varia em grau entre a pessoalidade e impessoalidade, entre a identidade (particular) e a personalidade (subjetiva a partir do coletivo); mas de todas as formas tem que ser interpretada. Hayden White (2011, p. 588) indaga com propriedade: “A história é uma atividade interpretativa, qual é sua política?” Aquilo que se lê, pelo plano cultural, superestrutural, portanto, não é o mesmo a cada momento, o que significa que a cada momento uma historiografia se forma com base em um repertório que não e só pessoal, mas sobre a influência de uma memória que não é apenas isso, ela é igualmente impessoal (coletiva). É por aqui que podemos então afirmar que “coletivamente” a memória funciona como o elo de continuidade “do já dado”. Mas mesmo sendo assim, parece irrefutável que para o Ser é inexcusável essa necessidade de recuperação e preservação da memória, possivelmente não tanto pelo repetir do “já

A História de Filocteto: Entre o Altruísmo e a Compaixão

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O Papa se foi. Nós voltamos. Vos esperamos. Então sonhei com Filocteto (a bem da verdade, eu tinha lido sobre ele!). Compartilhando "sonhos" (adaptação livre do autor): A História de Filocteto "Filocteto era filho do rei Peante da Tessália, nos primórdios da civilização grega. Indo para Troia, Filocteto ficou doente a bordo do barco de Ulisses. Suas chagas eram repugnantes e purulentas. Ulisses ficou temeroso horripilado com as chagas e o aspecto de Filocteto. Além disso, ficou com medo que a doença, a peste, se espalhasse pelos tripulantes e guerreiros que se dirigiam para a guerra. Então, Ulisses abandonou Filocteto em uma ilha, deixando com ele a sua espada e seu escudo. Naquele tempo a espada e o escudo de um guerreiro eram pessoalíssimos e conferiam a honra e o caráter ao guerreiro. Passados alguns dias, Ulisses é avisado pelo irmão do escorraçado e pestilento Filocteto, Neoptólomo, que os deuses haviam avisado que para ganhar a guerra os gregos iam

NOVO LIVRO FILOSOFIA DO DIREITO 7a. Ed.

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ATUALIZADA E AMPLIADA FILOSOFIA (Dworkin & Nietzsche, novo) DIREITO (Hegel, Kelsen & Reale, at.) POLÍTICA (Aristóteles, at.) HERMENÊUTICA (Jurisprudência, at.)

Direito e Política Criminal em Hegel

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Fonte Fig.: arteref.com Friedrich Hegel discorda que um indivíduo não possa dispor, pelo “contrato social”, de sua própria vida e em qualquer situação, e não apenas no caso de um crime com alto grau de violência – esta discordância diz respeito diretamente a Cesare Beccaria ( Dos delitos e das penas ). Na verdade, para Hegel não se coloca a questão de classificação do delito, pois não faz diferença em sua metafísica o grau de periculosidade, ofensividade ou violência. Não é nestes termos que Hegel discorda de Beccaria, já que não é propriamente a reparação ou punição, ou o delito, que possivelmente se apresenta como mais importante em sua filosofia do Direito.   O que precisa ser explicado é qual o poder necessário e qual a justificativa para que “objetivamente” um indivíduo seja punido com a pena capital, já que do ponto de vista subjetivo, individual, difícil e de forma precária se poderá criar um consenso sobre esse tipo de punição. Daí que Hegel não tem constrangimento

Pela Mão de Benjamin e Bergson: forma artística do fascismo e a Modernidade (Ensaio)

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Um exame de WALTER BENJAMIN nos leva a pensar a arte em sua metamorfose comunicativa e questionar o seu papel a partir da Modernidade. Antes a arte era para ver e inteirar-se sem a tocar, é a distância que inspira, importa a presença teológica (que paira!). A arte clássica tem áurea como um culto. Essa áurea se perde com a reprodutividade técnica. Deixa de ser valor cultual e sim valor de exposição. Não existe mais culto e sim propagação de imagem. No cinema (treinamento!) a distância se vai. Serve para excitar e o espaço é um sistema de venda da imagem. ("Supermercado do visível" em Peter Senje). O cinema pode alterar, manipular a imagem e mudar a percepção, pode recompor a imagem e entrar na mente do espectador. Por este motivo cineastas procuraram fugir às manipulações (Tarkovski, Antonioni, Goudard). Isto não pode acontecer com o pintor (mas é possível com o mágico - e a mágica que manipula a atenção e os sentidos é arte? (Ricardo Harada)). Ao mesmo tempo Benjamin

Filosofia, Ciência, Religião, Direito

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Prefácio à 6. ed. do livro " Fundamentos de Filosofia do Direito: o jurídico e o político da Antiguidade a nossos dias " (lançamento em breve pela Editora Juspodivm) Nos tempos atuais, mais do que nunca, é necessário pensar! Embora esta seja uma atividade natural do homem, pensar nem sempre é uma tarefa fácil, quer dizer, o pensar corretamente exige uma dedicação e uma intenção que poucas vezes encontramos à nossa disposição no cotidiano. Não é por acaso que os filósofos gregos identificavam o tempo dedicado a um certo tipo de pensar tão ou mais importante que o tempo que dedicavam às leis e à política. Esse pensar compenetrado e dedicado, a elucidar problemas colocados para o espírito humano (por ele mesmo!), portanto permeado de perguntas e respostas – que levam a outras perguntas e a outras respostas! -, chama-se Filosofia (do grego philía – amor, viva afeição + sophia – sabedoria). Os problemas, que sempre vêm acompanhados de muitas dúvidas e perg

Livro Ética no Direito