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Produtivismo e tecnociências (dilemas do movimento ecológico)

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Imagem: Valomukitse Arva-Zika /  N'A Terra é Redonda  /   Por José Manuel de Sacadura Rocha / A saída do labirinto capitalista exige mais que uma crítica ao produtivismo; exige a construção de um socialismo que redirecione o progresso técnico para a autonomia e o bem viver coletivo. I   A mentalidade burguesa raciocina que o tempo de trabalho social disponível dos indivíduos promove o consumismo, e este o produtivismo, e estas necessidades o desenvolvimento tecnocientífico. Na verdade, é mais certo que seja o contrário: a ânsia de lucros e a acumulação privada move o capitalismo para a produção irracional e infinita de quantidade de mercadorias: o produtivismo que gera o consumismo, empurra os indivíduos para as satisfações ilimitadas de mercado, produz uma imensidão de mercadorias desnecessárias e, destarte as tecnociências aproveitadas nessa espiral produtivista-consumista, as produz e as faz circular de forma caótica e com enorme quantidades de desperdício (ene...

LIVRO SOCIOLOGIA JURÍDICA - 7a. Edição (Adotado)

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CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA (Comte, Durkheim, Marx, Weber) SOCIOLOGIA JURÍDICA (Gurvitch, Bruhl, Luhmann,Wolkmer) SOCIOLOGIA CRÍTICA (Escola de Frankfurt, Foucault, Althusser, Arendt, Agamben, Bauman) SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA (Hirsch, Harvey, Aglietta, Negri, Holloway, Kurz, Jappe) Dogmática, Zetética, Classicismo, Modernidade, Contemporâneo, Novo Marxismo LIVROS EDITORA GEN/FORENSE E - BOOK SIGA-ME

A produção social do ócio disruptivo/criativo: uma introdução marxista às teses de John Holloway

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  A PRODUÇÃO SOCIAL DO ÓCIO DISRUPTIVO/ CRIATIVO UMA INTRODUÇÃO MARXISTA ÀS TESES DE JOHN HOLLOWAY   /    José Manuel de Sacadura Rocha Universidade de São Paulo https://orcid.org/0000-0002-2610-8066    /    Palavras-chave:  Sociologia, Trabalho, Marxismo, Ócio Criativo, John Holloway Resumo O trabalho econômico material, vital para a sobrevivência coletiva, representa sempre um momento no desenvolvimento das forças produtivas, dos meios de produção e do conhecimento geral da sociedade construído geração após geração. Este artigo trata da transformação do trabalho em ócio disruptivo/ criativo diante da alteração na composição orgânica do capital em desfavor do emprego, mas em favor do tempo de trabalho social disponível, conforme Marx. Em face deste tempo disponível, o artigo propõe o pensamento de John Holloway para “fissurar/rachar” o capitalismo, pelo poder-fazer cotidianos. Avalia, a partir dos dados da Organização Internacional do T...

Se os Tubarões Fossem Homens

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ÁUDIO   👈👀 Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar, para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro, tanto vegetais, quanto animais. Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias cabíveis; se, por exemplo, um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim que não morressem antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos. Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo, a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. A aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos. Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um ...

Carlos Cossio: Egologia e Constituição - a luta que nós travamos*

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ÁUDIO   👈👀 Do livro "Fundamentos de Filosofia do Direito: o jurídico e o político da Antiguidade a nossos dias" (7a. edição) - Capítulo 20: Carlos Cossio, remodelando o normativismo./ *Publica-se conforme 21/10/2022./ É conhecida a parábola de Carlos Cossio sobre o valor positivista de uma Constituição. Em tempos em que a nossa parece destruída à mercê dos mesquinhos interesses do poder, vale perguntar de onde vem a "força da lei", indagação de Jacques Derrida, e há muito perseguida pela Filosofia do Direito. A parábola de Cossio "dirigida" em debate presencial ao mestre Hans Kelsen, foi: "Por quê afinal os franceses durante as Grandes Guerras, quando protegeram escondendo as suas obras de arte mais valiosas, para que os alemães não as destruíssem, não esconderam seu bem maior, no caso, por quê não esconderam a Constituição Francesa?". Kelsen, obviamente percebendo onde Cossio queria chegar manteve-se em silêncio. Disse Cossio: "Porque par...

LIVRO ANTROPOLOGIA JURÍDICA: Geral e do Brasil - 6a. Edição

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  ÁUDIO     👈👀 VEJA O LIVRO AQUI / PREFÁCIO: Quem ler este livro não pode chegar a duas conclusões: primeiro, que aqui se defende uma volta a um passado idílico do tipo “bons selvagens” como proposta alternativa aos desatinos de nossa civilização atual; depois, que se imaginou as sociedades primárias absolutamente pacíficas sem alguma propensão ao conflito. Quem tem presenciado os últimos acontecimentos que envolvem nossas comunidades indígenas pode perguntar afinal se as sociedades primárias têm algo a nos oferecer como exemplo de convívio que respeita a alteridade e a autonomia dos povos viverem em paz. Mas isto deve ser melhor explicado!   As contradições e conflitos entre os grupos sociais sempre existiram e sempre existirão. Da dialética desses enfrentamentos a humanidade deverá aprender a ser melhor. Acredito nessa visão. O que não acredito é que o conflito seja para sempre o resguardo da ganância desmedida, do egoísmo e da prepotência, características de um ...

Mudar o Mundo Sem Tomar o Poder - Comunicação USP (FFLCH) - 24/09

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A pesquisa de pós-doutoramento é evolução de um braço fundamental da tese de doutorado, que pode ser verificada no livro “O Direito ao Ócio: os desafios ao trabalho e a nova cultura” (edições 70, 2021). Nos estudos de 4 anos atrás eu reconhecia a fragilidade dos mecanismos da luta dos trabalhadores, enaltecia as lutas de grupos de representatividade, inseridos nas lutas populares maiores, e refletia sobre a importância das atividades culturais e artísticas como forma de luta contra a reificação (alienação) capitalista. Essas ideias ainda orientam minha pesquisa atual, mas com maior ênfase ao autonomismo no fluxo de fazeres cotidianos anticapitalistas – a influência é das obras de John Holloway que passei a pesquisar. É isso que me proponho a apresentar. Encontro-me no meio da pesquisa atual: a mesma versa sobre a revolução radical do poder-fazer em John Holloway, a partir da ideia que devemos dar atenção para nossas atividades e comportamentos cotidianos , repito cotidianos , aqui e...

Max Horkheimer: Eclipse da razão; Considerações ao capítulo IV – Ascensão e declínio do indivíduo

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  [Imagem: www.onthisday.com]      1 “ Eclipse da Razão ” foi publicada por Max Horkheimer em 1947, com base nas conferências proferidas na Universidade de Columbia (Nova York) em 1944 (Dep. Filosofia). O prefácio data de março de 1946, um ano depois da rendição alemã, que se dera em março de 1945. A obra não pode ser desvinculada da experiência do autor: a saída da Alemanha em 1933 e a chegada aos EUA em 1934; e depois a II Guerra Mundial e o Holocausto, mas também o que resultou o ideário das revoluções socialistas, tanto da Revolução Russa como a opção dos trabalhadores pelo Fascismo e Nazismo, e a chamada “ indústria cultural ”. Nesta obra o autor debruça-se criticamente sobre “os pressupostos da racionalidade ocidental”.  Eclipse da razão  tem suas bases em dois escritos anteriores: "Estado autoritário" (1942) e "O fim da razão" (1941, em inglês), republicado com o título "Razão e autoconservação" (1942, em alemão, com alguns acréscimos). N...

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