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Carlos Cossio: Egologia e Constituição - a luta que nós travamos*

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VEJA AQUI O ÁUDIO /  Do livro "Fundamentos de Filosofia do Direito: o jurídico e o político da Antiguidade a nossos dias" (7a. edição) - Capítulo 20: Carlos Cossio, remodelando o normativismo./ *Publica-se conforme 21/10/2022./ É conhecida a parábola de Carlos Cossio sobre o valor positivista de uma Constituição. Em tempos em que a nossa parece destruída à mercê dos mesquinhos interesses do poder, vale perguntar de onde vem a "força da lei", indagação de Jacques Derrida, e há muito perseguida pela Filosofia do Direito. A parábola de Cossio "dirigida" em debate presencial ao mestre Hans Kelsen, foi: "Por quê afinal os franceses durante as Grandes Guerras, quando protegeram escondendo as suas obras de arte mais valiosas, para que os alemães não as destruíssem, não esconderam seu bem maior, no caso, por quê não esconderam a Constituição Francesa?". Kelsen, obviamente percebendo onde Cossio queria chegar manteve-se em silêncio. Disse Cossio: "Po...

Mudar o Mundo Sem Tomar o Poder - Comunicação USP (FFLCH) - 24/09

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A pesquisa de pós-doutoramento é evolução de um braço fundamental da tese de doutorado, que pode ser verificada no livro “O Direito ao Ócio: os desafios ao trabalho e a nova cultura” (edições 70, 2021). Nos estudos de 4 anos atrás eu reconhecia a fragilidade dos mecanismos da luta dos trabalhadores, enaltecia as lutas de grupos de representatividade, inseridos nas lutas populares maiores, e refletia sobre a importância das atividades culturais e artísticas como forma de luta contra a reificação (alienação) capitalista. Essas ideias ainda orientam minha pesquisa atual, mas com maior ênfase ao autonomismo no fluxo de fazeres cotidianos anticapitalistas – a influência é das obras de John Holloway que passei a pesquisar. É isso que me proponho a apresentar. Encontro-me no meio da pesquisa atual: a mesma versa sobre a revolução radical do poder-fazer em John Holloway, a partir da ideia que devemos dar atenção para nossas atividades e comportamentos cotidianos , repito cotidianos , aqui e...

Max Horkheimer: Eclipse da razão; Considerações ao capítulo IV – Ascensão e declínio do indivíduo

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  [Imagem: www.onthisday.com]      1 “Eclipse da Razão” foi publicada por Max Horkheimer em 1947, com base nas conferências proferidas na Universidade de Columbia (Nova York) em 1944 (Dep. Filosofia). O prefácio data de março de 1946, um ano depois da rendição alemã, que se dera em março de 1945. A obra não pode ser desvinculada da experiência do autor: a saída da Alemanha em 1933 e a chegada aos EUA em 1934; e depois a II Guerra Mundial e o Holocausto, mas também o que resultou o ideário das revoluções socialistas, tanto da Revolução Russa como a opção dos trabalhadores pelo Fascismo e Nazismo, e a chamada “indústria cultural”. Nesta obra o autor debruça-se criticamente sobre “os pressupostos da racionalidade ocidental”.  Eclipse da razão  tem suas bases em dois escritos anteriores: "Estado autoritário" (1942) e "O fim da razão" (1941, em inglês), republicado com o título "Razão e autoconservação" (1942, em alemão, com alguns acréscimos). No tex...

A Resposta: uma revolução está em curso?

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  [Imagem galizalivre.com]         Em 2010 [1] , John Holloway publicou a 3ª. edição de “Mudar o mundo sem tomar o poder”, acrescentando nessa edição um “Epílogo” onde de forma bastante clara responde aos questionamentos quanto à principal crítica sobre a proposta da obra, de como fazer a superação do capitalismo sem a luta pelo poder, sem tomar o Estado. Com toda certeza a presunção, principalmente entre as correntes ortodoxas leninistas, é que as elites dominantes e a classe burguesa nunca estariam dispostas a abdicar do seu poder político e hegemonia cultural em benefício dos trabalhadores e da humanidade. E isto é inquestionável. Em nenhum momento John Holloway e as teses desenvolvidas neste trabalho aludem o contrário. Mas duas coisas devem ser levadas em consideração: que a dominação de uma classe sobre outra é, para ficar-se nos termos da própria ortodoxia, também uma possibilidade que estende suas raízes a  condições objetivas dos mod...

O "GRITO" - John Holloway e a materialidade radical do poder-fazer

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O “GRITO”: John Holloway e a materialidade radical do poder-fazer/  Por:  José Manuel de Sacadura Rocha [1] *   A luta pela afirmação de um pensamento, mostra também que a construção teórica de uma doutrina é também a reflexão histórica sobre um momento. (Teixeira, 1996, p. 35)*   Resumo : Este artigo aborda o pensamento de John Holloway quanto à potencialidade de transformação social a partir de opções de poder-fazer que se constituem como fissuras no modo de produção capitalista. Explora possibilidades teóricas a partir do pensamento de Karl Marx que elevem esse poder-fazer cotidiano ao patamar de luta persistente contra a negação da vida nos conformes da reprodução do capital. A práxis de que trata a dialética materialista dá ao pensamento contemporâneo de John Holloway a substância da materialidade radical desse poder-fazer disruptivo, em favor do processo de superação permanente do capitalismo. O “Grito” é o início e, ao mesmo tempo, a própria fissu...

Estado e Revolução em Anselm Jappe e John Holloway

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  PUBLICADO EM NSTITUTO HUMANITAS UNISINOS - 17/03/2025 / "As possibilidades de revolucionar o  capitalismo  a 'partir de fora', quer dizer, a partir de 'homens conscientes', de  consciência de classe , de organização da  classe trabalhadora  ou mesmo dos desempregados e as massas de indivíduos excluídos e marginalizados, não é suficiente para a superação do modo de produção capitalista mesmo diante de suas grandes contradições e resultados destrutivos que promovem ciclicamente crises", escreve  José Manuel de Sacadura Rocha , doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e professor do NEJ – Núcleo de Ética.  Eis o artigo.  No cenário de lutas existe contemporaneamente um conjunto de visões críticas que envolvem diretamente os escritos e o pensamento dos  marxismos ocidentai s[1], que chamamos de  Novos Marxismos . Um ponto em comum destas correntes é a crítica à centralidade do traba...

Antropologia + Antropologia Jurídica