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Como surgem as ditaduras

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  Imagem: Daniel Sperindeo/ Por  JOSÉ MANUEL DE SACADURA ROCHA/ Quando não participamos, alguém participa, quando não votamos, alguém vota, quando não exercemos a cidadania, alguém o faz por nossa conta Sabemos da ação mais perniciosa dos cidadãos em uma democracia: a omissão. Este ato de “não agir” está presente desde as civilizações mais antigas. Mas nunca se pensava em termos do “não agir” como um direito, muito pelo contrário: como o status de cidadania era conferido aos cidadãos com direitos, então ser cidadão e participar politicamente, quer dizer, em prol da equidade, do coletivo e da coisa pública, era um privilégio buscado por muitos, mas um privilégio que tinha que ser honrado com serviços para a administração da cidade-Estado. Em Atenas, Grécia antiga, por exemplo, a participação política era compulsória para os cidadãos, ela conferia o status de cidadania e media o grau de legitimidade não apenas das leis e dos julgamentos, mas, fundamentalmente, a medida em que um cidadã

A Gargalhada: O Expressionismo Alemão e o Bolsonarismo

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O Gabinete do Dr. Caligari (1920). Entre 1919 e 1924, no período logo após a 1ª. Guerra Mundial, surgiu na Alemanha um movimento estético chamado de Expressionismo Alemão. O primeiro filme que iniciou o movimento chama-se "O Gabinete do Dr. Caligari". Sua história é a seguinte: dois soldados alemães no final da guerra estão hospitalizados devido a seus ferimentos e descobrem que têm as mesmas ideias sobre as guerras. Após a guerra ambos decidem escrever o roteiro de um filme sobre o tema, mas de forma metafórica. O roteiro original foi escrito por Hans Janowitz e Carl Mayer, e foi dirigido em 1920 por Robert Wiene. A este último se deve em grande parte os efeitos que o filme teve sobre o povo alemão na época e, afinal, efeito que perdura até nossos dias, não como fatalidade, mas como "farsa". Aconteceu que os dois roteiristas venderem o roteiro e os produtores da época convidaram Fritz Lang (do filme "Metrópolis") para o dirigir. Este por sua vez, alegando

Mind the gap: Ciência, Religião e os novos enfrentamentos

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(LEIA TAMBÉM EM LAVRAPALAVRA) Com relação aos tempos sombrios a pergunta que não quer calar, e que sempre nos assalta nos períodos mais tenebrosos e insanos da humanidade, pelo menos há 300 anos, é se afinal pode ser afirmado que a Razão possui propriedades ontológicas quanto à objetividade lógica capaz de instruir o pensamento para o conhecimento e a ciência.  Muito se afirma que o erro dos pensadores do Iluminismo foi terem acreditado que o homem é, por princípio, bom. Daqui  deduzem que seus erros e maldade derivam das condições ambientais - sócio empíricas -, ou, pior, que  os homens são maus por natureza - teses neohobbesianas, gene do mal, pecado original etc. Prefiro a ideia que não existem homens maus ou bons, no sentido restrito e único destes termos, e menos ainda que se possa, e deva, explicar o "fracasso da objetividade lógica" por argumentos darwinistas, naturalistas ou teológicos. Por outro lado, ainda que não possa fugir às condições socioambientais, não é men

Filosofia, Ciência, Religião, Direito

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Prefácio à 6. ed. do livro " Fundamentos de Filosofia do Direito: o jurídico e o político da Antiguidade a nossos dias " (lançamento em breve pela Editora Juspodivm) Nos tempos atuais, mais do que nunca, é necessário pensar! Embora esta seja uma atividade natural do homem, pensar nem sempre é uma tarefa fácil, quer dizer, o pensar corretamente exige uma dedicação e uma intenção que poucas vezes encontramos à nossa disposição no cotidiano. Não é por acaso que os filósofos gregos identificavam o tempo dedicado a um certo tipo de pensar tão ou mais importante que o tempo que dedicavam às leis e à política. Esse pensar compenetrado e dedicado, a elucidar problemas colocados para o espírito humano (por ele mesmo!), portanto permeado de perguntas e respostas – que levam a outras perguntas e a outras respostas! -, chama-se Filosofia (do grego philía – amor, viva afeição + sophia – sabedoria). Os problemas, que sempre vêm acompanhados de muitas dúvidas e perg

Livro Ética no Direito