Um título grande (Para) um texto pequeno: Elocubrações, Insinuações e Paixões de Fausto Wolff a Filadélfia: o resgate da dignidade no direito ou sobre a diferença para a justiça
Fausto
Wolff: "-Eles não são juízes. São Apenas corpos. As togas comandam os corpos.
São togas que jantam, respiram e julgam. As agulhas coseram os corpos às batas.
Os homens precisam morrer para a lei triunfar. Quem não for da lei será
julgado". De muito tempo, um velho professor me dizia que "a
filosofia servia para retirar a virulência da lei". Kafka povoa os sonhos
dos homens. Dormimos para sonhar. A maldição é que o sono não descansa, passa
em memórias de forma criptografada, insinua-se entre as realidades aprendidas.
Lá, entre os abismos do aprendido a civilização debate-se com a verdade.
Realidade e verdade são coisas tão distintas... "Como uma heroína trágica,
Maria Auxiliadora cobriu o rosto com as mãos. - Não me diga verdades, não me
diga verdades. Quero mentiras nas quais possa acreditar". Andy ocultou a
verdade enquanto pode, não é uma mentira, apenas um medo: "Filho do medo,
o homem se afasta inexoravelmente, a cada minuto que passa, do seu intrínseco,
aquele que ele deveria ser para se transformar em outra coisa, aquela que ele
pensa que o ajudará a integrar-se ao mundo". Mas o mundo dá corda, dá
corda, e te enforca sem piedade. Cadê o rosto dele, cadê o rosto dela? Fico sem
rosto! Premissa um: deveríamos valorizar o mérito e não os estereótipos do que presumimos
em nós e nos outros. Esta á a verdadeira descriminação! A lei não é sinônima de
justiça. Chato seria se o direito fosse tão idôneo: no entanto, os homens só
seriam chatos, nada mais. Mas como não é a mesma coisa, os homens podem se corromper à vontade. Daí que
para uns poucos, mas eles existem, existe um sabor especial a esperá-los por detrás do sofrimento de serem eles mesmos. Premissa dois: alguns fazem do
direito o que é de direito apenas para sentirem o sabor especial da justiça,
como o colibri suga o néctar da flor e a rosa exala seu perfume no calor tépido
do pôr-do-sol. Dormir sempre de forma a sonhar com tais fantasias! Quanto ao
resto, daqui se desprendem elucubrações apaixonadas, aquele tipo de paixão que vem
dos recônditos mais escondidos da alma: amar significa apenas dignificar o
prazer de viver de acordo com a liberdade de ser. Ninguém é obrigado a gostar,
só é obrigado a escolher, se deixarem escolha. Coitados dos jusnaturalistas e
dos defensores dos direitos humanos de nossa época! No fundo tudo não passa de
paixão! Mas os homens o sabem?
Conforme abril 2013.
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