Max Horkheimer: Eclipse da razão; Considerações ao capítulo IV – Ascensão e declínio do indivíduo

 

[Imagem: www.onthisday.com]

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“Eclipse da Razão” foi publicada por Max Horkheimer em 1947, com base nas conferências proferidas na Universidade de Columbia (Nova York) em 1944 (Dep. Filosofia). O prefácio data de março de 1946, um ano depois da rendição alemã, que se dera em março de 1945.

A obra não pode ser desvinculada da experiência do autor: a saída da Alemanha em 1933 e a chegada aos EUA em 1934; e depois a II Guerra Mundial e o Holocausto, mas também o que resultou o ideário das revoluções socialistas, tanto da Revolução Russa como a opção dos trabalhadores pelo Fascismo e Nazismo, e a chamada “indústria cultural”. Nesta obra o autor debruça-se criticamente sobre “os pressupostos da racionalidade ocidental”. Eclipse da razão tem suas bases em dois escritos anteriores: "Estado autoritário" (1942) e "O fim da razão" (1941, em inglês), republicado com o título "Razão e autoconservação" (1942, em alemão, com alguns acréscimos).

No texto a racionalização moderna tende a sobrepujar a própria razão; então racionalização e razão são diferentes. Esta ideia pode ser vista em Max Weber, com relação aos tipos de Ação Social.

[...]

Horkheimer vai dizer que a modernização da sociedade, entendida como progresso, é tipicamente uma realidade em que os indivíduos tendem majoritariamente a agirem segundo seus objetivos sem questionar os valores para atingirem esses objetivos. Mas esta negação da razão não é mera opção subjetiva, mas parte de uma engrenagem técnica e funcional entranhada no “progresso da modernidade”: a modernidade não é o lugar de uma razão objetiva coerente e orientada por princípios, principalmente princípios éticos desejáveis. Ao contrário, a racionalização subjetiva ou instrumental ameaça permanentemente a ideia de humanidade ao reduzir sempre o indivíduo a um elemento passivo do sistema social, no caso, à subjetividade liberal capitalista.

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