Horrores de Ontem, Horrores de Hoje, Dignidade Sempre

Aristóteles, por seu lado, há muito deixou claro que só o homem escolhe e, se a escolha depende em grande parte do conhecimento, a maioria dos indivíduos parece que têm especial prazer, quando possuem algum conhecimento, o usarem sem ética, sem escrúpulos, sem vergonha. Em muitos casos não é razoável exigir-se razoabilidade das pessoas mais humildes, mas a maioria dos que procedem vilmente, não só têm consciência como se satisfazem com o sofrimento humano, escolhas que fazem normalmente por bens, por dinheiro e por poder. Veja-se o filme City Hall. Existem duas máximas importantes que devemos lembrar sempre: 1. Tudo o que fazemos influi de alguma forma na vida dos outros; 2. Tudo o que fazemos se volta para nós mesmos. Não é metafísica, é a essência da responsabilidade da personalidade ética!

Estas são teorias, doutrinas? Sempre digo que filosofia sem prática é inócua, não produz efeitos, ainda que muitos filósofos divirjam. Por muitos fatores, a filosofia não deve estar preocupada em fazer acontecer, mas acontecer desfazendo. Contudo, uma coisa tenho certeza que os filósofos não discordam: a prática sem filosofia é uma monstruosidade! Dificilmente o respeito ao próximo pode ser alcançado sem escrúpulos consigo mesmo. Posto que todo o homem livre pensa quando escolhe, a primeira escolha é respeitar-se a si mesmo. Aquele que tendo cometido atrocidades aos outros se olha no espelho e sorri, não se vê como homem, não é homem o que vê, mas um monstro sem caráter, incapaz de sentir, incomodar-se, ter dor, ele é coisa, uma hiena faminta sorrindo por esgar muscular impróprio, esperando a hora de trucidar as sobras de algo que foi vivo. Quem assim é, não é de fato, desumanizou-se tão completamente que não toma consciência - atributo humano - que já destroçou e desumanizou seu semelhante. Assim são estas fotos, que podem ser capturadas no seguinte endereço: http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/11354-guarda-rural-indigena. Vale a pena conferir a matéria da Folha de São Paulo deste domingo, dia 11/11/2012 - Caderno Ilustríssima.
Por outro lado, existe algo que sempre me surpreende nestas coisas: porquê o ser humano menos instruído, condições empíricas à parte, parece preferir escolher a brutalidade ao invés da paz e respeito ao outro? Há os que, não sendo o caso, preferem mesmo escolher o mal! Imagine: índios praticando tortura em desfile militar público, sob os olhos de centenas de pessoas, e de um palanque composto pelo alto comando militar e alto escalão do governo (5 de fevereiro de 1970)!
Na peça 'O Santo Inquérito', de Dias Gomes, escrita nessa época de bestialidade, o personagem Augusto, já torturado, diz a sua namorada Branca, pouco antes de morrer na fogueira da Inquisição: "Por uma causa qualquer, grande ou pequena, alguém tem de sofrer. Porque nem de tudo se pode abrir mão. Há um mínimo de dignidade que o homem não pode negociar, nem mesmo em troca da liberdade. Nem mesmo em troca do sol." A peça é ambientada em 1750 na Paraíba. A Inquisição terminou em Portugal e colônias em 1774, por despacho do primeiro-ministro Marquês de Pombal. Enquanto durou, a Inquisição matou cerca de 9 milhões de pessoas em todo o mundo. Na Escócia, a lei foi abolida em 1736, na França em 1772, e na Espanha em 1834.
"Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido.
Porquanto tudo o que em trevas dissestes, à luz será ouvido; e o que falastes ao ouvido no gabinete, sobre os telhados será apregoado.
E digo-vos, amigos meus: Não temais os que matam o corpo e, depois, não têm mais que fazer.
Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei." (Lucas 12:2-5)
Leituras das noites escuras em 1980!
Na peça 'O Santo Inquérito', de Dias Gomes, escrita nessa época de bestialidade, o personagem Augusto, já torturado, diz a sua namorada Branca, pouco antes de morrer na fogueira da Inquisição: "Por uma causa qualquer, grande ou pequena, alguém tem de sofrer. Porque nem de tudo se pode abrir mão. Há um mínimo de dignidade que o homem não pode negociar, nem mesmo em troca da liberdade. Nem mesmo em troca do sol." A peça é ambientada em 1750 na Paraíba. A Inquisição terminou em Portugal e colônias em 1774, por despacho do primeiro-ministro Marquês de Pombal. Enquanto durou, a Inquisição matou cerca de 9 milhões de pessoas em todo o mundo. Na Escócia, a lei foi abolida em 1736, na França em 1772, e na Espanha em 1834.
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"Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido.
Porquanto tudo o que em trevas dissestes, à luz será ouvido; e o que falastes ao ouvido no gabinete, sobre os telhados será apregoado.
E digo-vos, amigos meus: Não temais os que matam o corpo e, depois, não têm mais que fazer.
Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei." (Lucas 12:2-5)
Leituras das noites escuras em 1980!
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