LIVRO ÉTICA O HOMEM E O DIREITO - 2a. Edição
PREFÁCIO À 2ª EDIÇÃO
Este
é um livro didático, mas também não o é! Quanto mais o tempo passa menos
didático ele parece ser, apesar dos esforços do autor para que ele o seja. De 2011
(data da 1ª edição) a 2019 o povo brasileiro parece ter dado uma guinada
inesperada e insólita para o “lado negro da força”, com reforço expressivo nas
práticas antiéticas tanto na esfera privada como pública. A obscuridade fez os
dias invernais com a esperança a querer nos abandonar...
Em
momentos como estes os povos costumam aceitar, e até reforçar, o que não é
apropriado, desenvolver a certa apatia em relação à violência verbal e física. Nada
do que está colocado para a vida social no mundo hoje parece reforçar o
objetivo dos pensadores em nos ensinar sobre ética e decência. Estaremos fadados
à barbárie?
Este
livro teve o objetivo inicial de averiguar através da pesquisa teórica o que os
pensadores clássicos que se dedicaram à Deontologia – ramo da filosofia
dedicado à ética - quiseram nos dizer sobre o comportamento humano do ponto de
vista dos atos de uns em relação aos outros. A pretensão singela deste livro,
agora em sua 2ª edição, totalmente revista e ampliada, é contribuir para o
debate que enalteça as escolhas certas dos homens, sempre possíveis mesmo nos
momentos mais desesperadores como o nosso: repetição das mais negras páginas da
história, no século XXI, a demonstrar de forma cabal que o Iluminismo foi, para
dizer o mínimo, inconcluso. Devemos, pois, voltar aos estudos!
Nem
ao poeta, nem ao historiador, nem ao filósofo podem ser atribuídas faculdades
extraordinárias capazes de reverter o que os povos são e/ ou desejam –
simplesmente porque “os povos desejam o que são”, o que fazem são eles mesmos,
pelo menos em quantidade significativa para dar o “tom” da vida social mais
ampla. Contudo, não sendo as práticas antiéticas efetivadas pela totalidade dos
agentes sociais, sempre o “pensamento do bem” se inclina à vida ressurgida pela
educação, sensatez e racionalidade objetiva em prol daquilo que possa ser uma
Vida Boa para todos. Foi assim que reli e revi algumas coisas neste livro, e ao
final, achei que “ainda” valeria reeditá-lo, oito anos depois da pesquisa
inicial – mais agora que nunca, talvez, um sopro de esperança, ou apenas a
lembrança viva de um sonho bom para todos, onde a filosofia da decência esteja
tão presente que o comportamento ético flua naturalmente como o ar que
respiramos.
O
dia em que a humanidade entender, e colocar em prática, a ideia simples que
somos apenas passageiros de uma “pequeníssima roda” a girar em um ínfimo
pontinho de infinitos conglomerados estelares, que somos apenas “um grão menor
do que o menor grão de areia conhecido”, talvez então se possa compreender a grandiosidade
despretensiosa do Universo que nos atinge – estamos sós como “unidade do
diverso”; como tal, somos tão somente uma possibilidade coletiva, pelo coletivo:
como coletivo e por dentre dele somos. Por isso a ética, e agora já o
comportamento decente em relação a tudo que compõe a vida, não é “só” uma
escolha, mas o mais insofismável “imperativo categórico”! Um dia, então, a
decência não precisará mais de uma “personalidade
ética desobediente”: sejamos apenas o viver!
Minha pátria minha língua,
Outono de 2019.
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