Educação Política: Putin a Lula
O "problema" na democracia é que ela funciona com certo grau de antiética - não adianta dizer que não existe os "nós" e "eles". Existe sim! Formação de caráter também é formação política!! E esse é o nó: vc progressista de esquerda andaria com pessoas sem escrúpulos, mesmo que aí resida algo estratégico? Esse é o problema: uma hora o que se aprendeu sobre caráter e democracia ficam "obsoletos" - ou "absolutos". Uma hora temos que escolher. Por isso a democracia é diária, escolhas diárias dizem para onde Todxs vamos, o que se constrói e o que se "pode" perder.
Quando alguém diz e reafirma que vai continuar a falar palavrões para externar sua opinião à guisa de uma compreensão sua da teoria, porque é crítica, não apenas destrói a força da teoria, mas o seu futuro. Ou ser progressista à esquerda implica nessa linguagem chula?
Dizem, que Putin perguntou à presidente Dilma se ela acreditava na democracia, ou se queria ajuda - ela respondeu que acreditava na democracia e em um Brasil democrático. Fez uma escolha que, a ser verdade, infelizmente tenho a impressão que não estará nos anais da história. Como o golpe será tratado? Até onde o Lula poderá honrar o caráter de ser de esquerda?
É verdade que temos um exagero moral devido à nossa cultura judaico-cristã, ou igualmente kantiana. Mas o niilismo de Nietzsche não autoriza negações cuja crítica é baixa e ordinária. Pelo contrário, quem dera que praticássemos Nietzsche (ou Marx!). Não se pretende ser moralista, menos ainda pedante. Mais não seja porque as relações que estabelecemos sob a égide do capital são, elas mesmas, imorais. Então, se qualquer linguagem só porque é crítica da política é ordinária e antiética, ela é logicamente capitalista! A pessoa acha que é contra e faz o jogo dele, enlameada até o pescoço pelo capital. Culturalmente, esta é a razão de se manter por perto de uma certa aristocracia, desde Platão: em Downton Abbey a personagem da atriz Margaret Smith diz que certos predicados não podem ser esquecidos... O iluminismo não é qualquer razão, embora muitas sejam possíveis. Isto, claro, acaba nos obrigando a escolher, se escolhemos ser humanos!
@professor_jose_sacadura
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