A crítica da razão crítica: arte, trabalho e consciência
“O sentido de ordem no paciente é uma expressão de seu defeito, uma expressão de seu empobrecimento em relação a uma característica essencialmente humana: a capacidade de mudar de atitude adequadamente.”
Kurt Goldstein/
A chamada Teoria Crítica refere-se primordialmente aos textos de
Max Horkheimer, Theodor Adorno, Jürgen Habermas e Walter Benjamin até 1944. A
partir dessa data, com a divulgação do manuscrito “Dialética do Esclarecimento”,
de Horkheimer e Adorno, a assim chama Escola de Frankfurt derivou seus estudos
para a crítica da sociedade industrial moderna e sua desumanização, inviabilizando
na razão do homem moderno a capacidade de esclarecimento da vida social tal
como ela é no capitalismo. Se juntaram mais tarde à Escola de Frankfurt autores
como Herbert Marcuse (“A Ideologia da Sociedade Industrial”) e Erich
Fromm (“Ter ou Ser”).
1
A “crítica da razão sobre a razão” é a busca tardia do Iluminismo
inacabado, e grosso modo, pode ser atribuída à Teoria Crítica (1937)[1]. Como
sabemos, para Horkheimer a Teoria Crítica compreende a união entre a teoria
e a prática. A isto se denomina práxis. A Teoria Crítica dedicou-se
a responder de onde pode vir a crítica e a ação que estanca o processo de constrição
do homem moderno: elas foram idealizadas outrora como emanações da razão pura,
e ainda exercem sobre muitos indivíduos o fascínio da pureza crítica, às vezes
muito próximo do quietismo.
Contudo, os questionamentos da “força de negação” daquilo que nos
embrutece e nega não são metafísicos por liberdade e justiça, mas construções sociais
históricas que impregnam a razão de poder crítico. A Teoria Crítica foi uma das
primeiras a afirmar isso; foi também a que mais advogou a presunção de uma
criticidade à prova da razão instrumental dada no mundo concreto, criticidade
essa que deve se proteger desse exterior se centrando em si mesma. Neste
texto perguntamos: qual a condição material com força
suficiente para separar a humanidade da alienação e os fetiches que povoam
indelevelmente nossas vidas? A “razão crítica” se basta a si própria?
A imensa capacidade de reter o mundo na mente não deixa de ser “historicamente
desenvolvida” (SCHAPIRO, 2010)[2].
Portanto, nem a crítica da “razão sobre si mesma” deixa de ser contextualizada,
nem a consciência estética para a humanidade emancipada pode prescindir da
condição histórica (acumulativa) da narrativa e simplesmente voltar as costas
às possibilidades herdadas coletivamente. Eis porque a “democracia” burguesa
ainda é portadora de uma ideia federativa constitucional importante, até o dia
de emancipação maior; dificilmente pode-se imaginar o autonomismo sendo gerado
pela violência e coação ideológica. “A democracia direta, não como um conjunto
de regras, mas sim como um processo constante de experimentar com as formas
democráticas, formas de superar as inibições das pessoas, formas de controlar
as agressões ou os prejuízos sexistas ou racistas.” (HOLLOWAY, 2011, p. 51)[3]. A
capacidade de reter o mundo é, ao mesmo tempo, a capacidade de expor o mundo, o
espírito e os sentimentos críticos, p. ex., nas obras de arte, em todas as nossas
artes. E ainda haverá o dia em que a vida e a arte serão indistintas para a
humanidade.
Agora, não deixa de ser surpreendente que - tendo-se em vista que se
esgotam as possibilidades de procurar uma “consciência para si” na aglutinação
dos trabalhadores modernos, destarte a ação louvável dos seus organismo
clássicos de luta - para a luta contra o capital se busquem alternativas no
resguardo de filosofias idealistas,
quando de fato a assertiva das lutas em nosso tempo e dos movimentos de massa hoje, encontra a explicação no dinamismo daquilo contra o qual se eleva
a crítica: no processo geral, o momento indica amiúde o “fim do trabalho”
como necessidade econômica.
A vida como compulsão econômica está, para grandes contingentes de
trabalhadores, impossibilitada nos entremeios contextuais do desenvolvimento da
produção, isto é, estruturais quanto à dispensação de mão de obra assalariada.
A resposta, pois, à possibilidade da “razão crítica”, está longe da metafisica
e da religião, e presente nas leis do próprio capitalismo: na mudança da “composição
orgânica do capital”, em sua produção inexorável de mercadorias, o tempo de
trabalho disponível é diretamente proporcional ao investimento em
capital fixo (máquinas, tecnologia, conhecimento). Isto não se confunde apenas
com a redução da jornada de trabalho, ou da luta contra a dupla jornada de
trabalho da mulher. A qualidade do “afastamento” é o que importa; é uma certeza
que Marx previu: “Na maquinaria o trabalho objetivado se contrapõe
materialmente ao trabalho vivo como o poder dominante e como subsunção ativa
deste a si, não só por meio da apropriação do trabalho vivo, mas no próprio processo
real de produção; a relação do capital como valor que se apropria da atividade
valorizadora é posta no capital fixo, que existe como maquinaria, ao mesmo
tempo como a relação do valor de uso do capital com o valor de uso da
capacidade de trabalho (MARX, [1857-1858] 2011, p. 581)[4].
2
Sob
certas condições todas as possibilidades devem ser aceitáveis, mas não qualquer
uma, de toda forma, sob certas condições. Isto vale para a vida e para a arte.
A arte, por sua vez, revela a consciência de uma época nessas condições, não
devido à época, mas às condições históricas daquela época.
A Teoria
Crítica quando fala de saber, fala da impossibilidade absoluta do saber.
Isto não deve significar que não existe uma práxis revolucionária diante do
capitalismo a par de certas leis imanentes de seu dinamismo. A incapacidade
humana do saber diante do real no mundo não autoriza o quietismo ou ascetismo. O
ascetismo nunca é uma forma de crítica e é de fato recolhimento das lutas necessárias
por liberdade e justiça. Passa despercebido que se para a critica o saber não
pode ser considerado absoluto, também não o é para os saberes ideologizados e
fetichizados da cultura e discurso da classe burguesa; todos estão diante desta
mesma incerteza, enquanto o saber for determinado pelo agenciamento dos fazeres
técnicos operativos do capital industrial, técnico, mecânico.
Temos
o exemplo da linguagem, como a fabricação do sentido e do agir manipulativo
dos agentes sociais, porque a narrativa coloca o problema, e a solução, em seus
próprios termos e no interior da própria narrativa (problemática Althusser),
quer dizer, porque objetivamente o saber é o conjunto de “sentido situado”. Mas
este “sentido situado” fica absoluto, é verdadeiro pela linguagem, já que
a linguagem é um daqueles fatores com maior penetração na verdade das
narrativas, conceitos, enunciados, e verdades sobre os indivíduos do ponto de
vista da reprodução material da sociedade e em sua história geral (FOUCAULT, 1985,
p. 5)[5]: “Que coisa, pois, é
impossível pensar, e de que impossibilidade se trata?”
3
A totalidade
dialética das dimensões da organização social nos ajuda a evitar o
determinismo causal de umas sobre as outras, ou a determinação (ou derivação) do econômico sobre a Cultura e as Artes etc. Na “razão crítica”,
partimos do real, e extraímos das atividades em particular o que enseja uma compreensão
profunda e uma imersão pungente na “realidade velada”; desdobra-se o agir, buscam-se
formas de Bem Viver, revolucionárias, fissuras que mais tarde ou mais
cedo encontram seus pares.
A
negação do real refere-se à nossa consciência da estrutura e substância da vida
social ditada pelo domínio do dinheiro, e pela hegemonia cultural da classe dominante
(no direito, na política, na filosofia e na educação). Disto trata a Teoria
Crítica como formulada inicialmente pelos autores da Escola de Frankfurt (Horkheimer,
Adorno, Benjamin, Habermas), da refutação da consciência dominada, instrumentalizada,
e do enfrentamento racional do tecnicismo e da administração burocrática, e dos
meios de comunicação de massa manipuladores. A realidade se transforma, assim,
em um conjunto de reificações[6] e fetiches[7] encarnados pelos
objetos-mercadorias disponíveis infinitamente.
Quando falamos de
Teoria Crítica, adentramos no âmbito da totalidade enquanto “crítica da fragmentação
e dos fenômenos que ocultam o papel central das criações humanas"; e para Adorno, “a totalidade não é uma categoria afirmativa, mas
uma categoria crítica” (HOLLOWAY, 2011, p. 158). A crítica da totalidade
procura descobrir o que é fragmentado e alienado do fazer individual, uma
individualidade que ainda é impossível ser libertada dos mecanismos compulsivos
do fazer nas sociedades capitalistas. Mas esta é uma condição histórica.
Entretanto,
se a visão de totalidade para o funcionamento das dimensões sociais evita o determinismo,
e vê a classe trabalhadora como potencialmente portadora de consciência, por
outro lado, pode cair na simplificação da redução do humano apenas a determinações
sociais (LUKÁCS, 1989)[8]; por sua vez, a
racionalidade da Teoria Crítica corre o risco, na crítica ao conhecimento
operativo instrumental, enclausurar a subjetividade em si mesma, e acreditar
que a razão objetiva basta a si mesma para dar conta da práxis, do agir
contra a desumanização, e da consciência coletiva para tal. Afinal, o primaz
exclusivo da razão para a crítica não pode prescindir da realidade que critica,
nem abandonar a ação oriunda dessa racionalidade. Existe muita metafísica na
exclusividade do puro racionalismo, muita “fé” na “verdade racional”, quando
esta parece esquecer a dialética entre teoria e prática, ou quando abandona a práxis
tanto para a totalização do pensamento ativo como para o poder-fazer debaixo do poder-sobre o fazer[9]. Apesar dos textos
iniciais destes autores terem firmado uma crítica incisiva contra o ascetismo e
as religiões, a partir da obra “Dialética do Esclarecimento” (1985)[10], parece que se apela a um pessimismo quanto à unidimensionalidade acrítica nas sociedades
industriais desenvolvidas.
4
Na Teoria
Critica, a crítica é o fazer no mesmo tempo do pensar, é práxis, une a
prática à teoria: mas para quem e como se opera isso, se todas as instâncias do
poder-fazer sacrificam a crítica em nome da reprodução do capital e sua acumulação?
Como o assalariado trabalhador, operário etc., pode ter esta “razão crítica” na
sua prática apesar do seu fazer nos moldes técnicos e contratuais dentro do
capitalismo e suas operações mercadológicas?
Aqui
que entra a dinâmica do poder-fazer nos moldes do fazer autônomo e autogestionário,
porque fora isso, em última instância, a crítica sem os fazeres alternativos e
as lutas contra o capital acabam enfrentando o poder do Estado, e a sua
intromissão para controle e dominação das forças que se podem rebelar. E, entretanto, essas forças já estão no movimento subjetivo de outros fazeres, solidários, de cooperação
e autônomos, coletivos ao encontro de outro mundo de Viver.
O tempo
de trabalho disponível descoberto por Marx ([1890] 1984)[11] distancia (“afastamento”)
o homem das imposições mais diretas e imediatas da fabricação dos objetos-mercadorias, e, em consequência, o distancia cada vez mais das máquinas.
No início da mecanização da indústria (que começa na segunda metade do século
XVIII), a diminuição de mão de obra nas fábricas era compensada pelo aumento da
produtividade das máquinas e da intensidade da exploração da força de trabalho
(para a produção em larga escala). Nos dois séculos seguintes a dispensação da
mão de obra constituía sempre um exército de reserva de trabalhadores que
podiam ser inseridos no mercado de trabalho conforme as flutuações de demanda e
crises recorrentes ora de produtividade ora de escassez de consumo. Neste sentido,
esse contingente de força de trabalho disponível constituiu-se como parte da
lógica de mercado e formação do valor para o capitalismo: regulava os salários,
os preços e a relação entre oferta e demanda. Além disso, ainda “regulava” de
forma violenta as revoltas e o ludismo dos trabalhadores sempre ameaçados com o
desemprego.
Mas a
partir da segunda metade do século XX o desemprego passa a ser estrutural, quer
dizer, a inversão de parte dos lucros - extraídos do "mais valor" produzido nos
duzentos anos anteriores, e apesar da guerra ou em virtude dela para certa
parte da indústria bélica – em tecnologias automatizadas e ciências da informação,
fez com que ao serem substituídos por máquinas, os trabalhadores não possam
mais voltar a ocupar os postos de trabalho que tinham. Esta desempregabilidade,
ainda que possa aproveitar parte da força de trabalho ociosa em novos empregos, possa reciclá-los
para novas atividades comandadas pela produção semiautomatizada, deixa de fora
cada vez mais indivíduos, que somados a novos contingentes de jovens à procura
do primeiro emprego, cria uma massa de subempregados e desempregados nunca
antes vista desde a industrialização moderna, com crescente situação de
vulnerabilidade e miséria. De todas as formas, o tempo de trabalho social
disponível só tende a aumentar a cada período - em períodos cada vez mais
curtos para o surgimento de novas tecnologias de automação e digitalização -, conforme
a massa de desocupados(as) ou ocupados(as) apenas temporariamente.
Neste
processo, o tempo de trabalho disponível, em condições propícias, pode
se transformar em ociosidade criativa: o tempo de trabalho humano é
inversamente proporcional ao desenvolvimento mecânico e cientifico geral de uma
sociedade, a ociosidade cresce na proporção direta desse desenvolvimento. Em uma
sociedade de classes essa ociosidade é politicamente acrescida ao tempo de vida
das classes proprietárias e às elites, como outrora a divisão social do
trabalho beneficiava o tempo de não trabalho produtivo das camadas religiosas – desde o
templo, e aristocráticas – em torno do palácio. A filosofia das classes dominantes sempre cria condições
mais ou menos contraditórias e abjetas para justificar tais desigualdades, e as
condiciona sistemicamente em evangelhos, códigos, digestos e leis.
No entanto,
as classes abastadas não são suficientes para consumir todo o conjunto de tempo
livre em grande parte transformado em consumo; devido à própria dinâmica mercantil
para a reprodução do dinheiro e deste em capital, constelações de famílias que
antes eram trabalhadoras assalariadas, e que hoje estão mais disponíveis para
outras atividades, são conclamadas a permanecer em atividades filantrópicas, não
governamentais, de assistência, dos cuidados, voluntárias e culturais, em grande parte
a partir das iniciativas populares coletivas.
5
De muitas
formas, é assim que a “consciência” cria oportunidades no pensamento voltadas
para o agir alternativo e autônomo buscando reagir à desumanização própria
do capitalismo. No processo, quanto mais afastado do agenciamento direto do
produzir, nos moldes do capitalismo e dos mecanismos fragmentários e frios da
produção de mercadorias, mais se apresentam alternativas à negação do establishment,
a tomada de consciência e a crítica crescem para as realizações subjetivas, cotidianas, artísticas, iniciativas
individuais ou em cooperativas, coletivos ou agremiações, para o estudo, para a ação
política, para a cultura e o lazer, para o agir autônomo dos fazeres-a-vida.
O
tempo de trabalho socialmente disponível distancia o homem da alienação de
seu fazer como “trabalho abstrato”[12], portanto, a contragosto
de muito poucos, mas a favor da emancipação da humanidade.
A
Teoria Crítica, principalmente a partir dos anos 1940, explicitou claramente os
desvios sistêmicos da razão como instrumento do desenvolvimento das tecnociências.
Quando Guy Debord[13] nos brindou com a sua
tese de espetacularização da sociedade pós-Guerra estava na mesma linha apresentada
pela Escola de Frankfurt: nos dois casos, como em muitos outros nas ciências sociais,
se espalhou o pessimismo, contra o qual o Materialismo Histórico e
o Materialismo Dialético sempre alertaram, pelo menos sobre os devidos cuidados
com relação a ele (o pessimismo político-social). Isto não sem a contribuição de
uma certa releitura de filosofias que lhes parecem ver o mundo e a vida com
desencanto – p. ex., Niilismo de Nietzsche, Pessimismo de Schopenhauer.
Interessante
que a “razão crítica” tenha sido capaz de colocar no mais alto grau a tecnificação moderna na base constitutiva do capitalismo, de seu desencanto e arbítrio sobre a humanidade;
e, precisamente, tal razão, nascida do pensamento marxiano, não tenha afinal
visto o potencial de ruptura sistêmica das leis gerais do capitalismo em direção
à dialética de sua própria superação.
[1] HORKHEIMER, Max. Teoria Tradicional
e Teoria Crítica. 2ª ed. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
[2] “Não obstante, [...] não considera [na
obra de arte] o aspecto imaginativo dos processos de transposição do espaço da
experiencia para o espaço da tela, e a imensa capacidade historicamente
desenvolvida de reter o mundo na mente.” (SCHAPIRO, Meyer. A Natureza da Arte
Abstrata. In: A Arte Moderna: Séculos XIX e XX. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 2010. p. 259).
[3] HOLLOWAY, John. Agrietar
el capitalismo: el hacer contra el trabajo. 1a. ed. Buenos Aires:
Herramienta, 2011.
[4] MARX, Karl. Capital Fixo e
Desenvolvimento das Forças Produtivas da Sociedade. In: Grundrisse: manuscritos
econômicos de 1857-1858: esboços da crítica da economia política. São
Paulo: Boitempo Editorial, 2011.
[5] FOUCAULT, Michel. As Palavras e as
Coisas. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1985.
[6] Considera-se que na extrema fragmentação
e simplificação das atividades tecnoprodutivas, os produtores diretos não fazem
o que fazem para si, como gostariam ou conforme seu saber, mas em abstrato mercadorias
para um mercado onde as trocas omitem/ escondem a consciência dessa realidade:
que quem faz as mercadorias são os homens em determinadas relações sociais/
políticas e jurídicas especificadas e obrigadas pelas razões do capitalismo –
por isso se diz que as coisas/ mercadorias se “reificam” acima dos homens como
se tivessem afinal vida própria.
[7] Dadas as condições de alienação em relação
ao que produzem, e como o produzem, em quais relações de produção e quais os interesses
que orbitam os fazeres, as frustrações humanas são, então, canalizadas para o
mercado e o consumo, como simples sublimações de seu sofrimento e vida nonsense.
Em algum momento os homens de mercado tomarão consciência que não há como
preencher o vazio da produção pelo vazio do consumo e atividades supérfluas no
contexto do capitalismo – não é possível consumir tudo que a indústria exige em
sua produção infinita.
[8] LUKÁCS, György. História e Consciência
de Classe: estudos de dialética marxista. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Elfos
Editira, 1989.
[9]
Conceitos expostos por John Holloway em: HOLLOWAY, John. Mudar o mundo sem tomar o
poder. São Paulo: Viramundo, 2003.
[10] ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Max.
Dialética do Esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Editora
Zahar, 1985. A obra foi escrita nos anos de 1944 e publicada em 1947.
[11] MARX, Karl. O Capital. v. III. t. 1.
Os Economistas. São Paulo: Abril Cultural, 1984. Especialmente Cap. V –
Economia e emprego de Capital Constante, e Seção III – Lei da Queda da Taxa de
Lucro.
[12] Segundo Marx, o trabalho abstrato
é tipicamente a forma capitalista de produção; vez que o trabalhador foi
desprovido dos meios e das formas de fazer, as mercadorias, em si mesmas, são
valores abstratos de uma abstração exteriorizada do fazer, voltada para
mercado, valores de troca com total perda do saber e do poder-fazer,
apenas nos moldes da especialização técnica que demanda a coisa feita. Ao
contrário, o trabalho concreto compreende apenas o valor de uso, produtos
feitos para consumo segundo sua utilidade, e, portanto, sem a imposição da
gestão do capitalista, onde o trabalhador possui seu saber e poder para fazer
segundo a totalidade dos meios e formas de produção. “Todo trabalho é, por um
lado, dispêndio de força humana em sentido fisiológico, e graças a essa sua
propriedade de trabalho humano igual ou abstrato ele gera o valor das
mercadorias. Por outro lado, todo trabalho é dispêndio de força humana de
trabalho numa forma específica, determinada à realização de um fim, e, nessa
qualidade de trabalho concreto e útil, ele produz valores de uso.”
[13] DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo.
Porto Alegre (RS): Contraponto, 2007.
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