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Mostrando postagens de 2013

Sou Apenas um Professor: Réquiem para um final afinal

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Final... para eles aqui... 5 milhões de homens, mulheres, crianças, velhos... doentes, pobres, esfarrapados saídos dos guetos das nações que até os mais abastados deles fingiram não ver! não seria possível sem essa convivência com os algozes saídos da mais completa escuridão que só a mente humana é capaz de produzir. Final... de mais um ano... centenas, algumas, de pessoas que passaram por mim... esperanças renovadas em cada rosto, mesmo nos mais jovens, mesmo nos mais idosos, nos mais cansados, nos mais esquecidos dos guetos de hoje a esperança que existe afinal um fluxo e que chegaremos lá melhores! não seria possível conviver, sequer olhar, sem este último atributo trancado na caixa de pandora e libertado pela teimosia que só a mente humana é capaz de produzir. esta teimosia chama-se filosofia. Sou apenas um professor... como tal, se algo aprendi em tantos anos é que "santo de casa não faz milagres", claro, a menos que estejamos dentro, que tenhamos a senha, que o

O que Fazer?

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Não tenho visto muita coisa com relação a mudanças importantes no ordenamento jurídico. Faltam lideranças jovens, corajosas e com mentalidade diferente no Direito. Infelizmente, nosso povo, e os jovens de nossa pátria, são muito conservadores, não por culpa deles, mas por uma herança positivista de 'ordem' que sempre fala mais alto. Este é um momento de importância real para a nação. Podemos pensar diferente?! A maioria desse povo nas ruas é a parte real que interessa a um Brasil para todos. Mas nestes momentos as divisões são claras: de um lado os oportunistas conservadores, o pior do que é retrógrado, de outro, os que querem mudanças legítimas e uma vida com mais dignidade e ética. Difícil separar: a democracia é o único regime em que todos podem se manifestar. Isto é o que ela tem de melhor e ao mesmo tempo é seu carma. De forma que devemos ter muito cuidado, não abdicar de nossas lutas, ficar firmes em nossos ideais, demonstrar o casuísmo e opor

Para os Jovens do Meu País

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Brasil! A História renasce na memória, se memória houver, se história ali existe. Precisamos criar memórias, recriá-las, criar história. Lembro de meu filho me dizendo que 'estava tudo errado', que 'tínhamos feito tudo errado'. Lembro-me de falar sobre o cinismo do mundo com meu pai, lá trás, há muito tempo atrás. Lembro da música da Elis ' Aos Nossos Filhos ': "Perdoem por tantos perigos. Perdoem a falta de abrigo, perdoem a falta de amigos.Os dias eram assim...". Renascer Plantem amor, receberão amor! Recolham o trigo, amassem o pão, deem as mãos. Se beijem, abracem, cuidem das crianças, lembrem-se dos velhos,           Estendam vossas mãos aos inimigos. Pintem-se, pintem a alma           Com as cores das ruas, das favelas, dos trabalhadores,                     Porque esses não mentem. Rasguem-se, chorem, gritem, cantem,           Curtam o verão, e o inverno com coragem e calma. Dedos, bocas, peitos desnudos:           Gritem c

Utopias, Ecopolítica e Violência

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Thomas More Pra Bia, onde ela estiver, com muito amor! Thomas More (1480-1535), escreveu em 1516 um livrinho fabuloso, cujo título "Utopia", remete a uma ilha desconhecida no meio do oceano e onde grande parte de nossos costumes e valores são completamente diferentes. As utopias são assim, diferentes, tão diferentes que são capazes de nos deixarem pensativos se não existe mais razão e bom-senso nessas imaginações do que no mundo real em que existimos, daí que as forças da ordem nos incutiram a ideia de que uma utopia é sempre algo falso e inalcançável.  Destarte essa perseguição, o fato é que os homens são mais homens quando sonham, o mundo "gira e avança como uma bola nas mãos de uma criança". É, a criança não teme, não se inibe, desconhece o certo e o errado, está se lixando para a verdade e o que parece apenas plausível. Utópicos são assim, homens com coração de crianças e mentes insanas. Epicuro dizia que "a inatividade significa torpor, e a ati

E Depois? (Maioridade Penal)

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Lars von Trier é um cineasta dinamarquês (Dogville, Manderley, Anticristo) que só é incompreendido por falso puritanismo medieval. Na verdade acho que ele é muito simples de entender e acessível a qualquer indivíduo que saiba minimamente o que é o ser humano e sobre o quê a humanidade se fundou e permanece fundada: A Violência! O mal estar de Trier é demasiado humano e apenas faz cócegas nos que o repulsam. O mal estar verdadeiro só pode vir da pureza e altivez que os sábios possuem: aceitar a fraqueza, o sem sentido, a força irracional, o maior bandido e o máximo purgatório que existem dentro de nós, humanos, ou em outras palavras, a dor e o sofrimento como um mal estar que só advém de nossas forças psíquicas quando se debatem na civilização e encontra paz (alguma?!) quando está na floresta de Éden. No filme Anticristo o cenário é uma floresta chamada Éden e a protagonista diz a seu marido psicanalista "Freud está morto no mundo contemporâneo". Neste caso a repulsa é d

Genealogia da Moral e o Paradoxo da Bomba-Relógio

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Desde o início a Filosofia tem procurado responder de forma convincente sobre o que é 'Certo' e 'Errado', o que é 'Decente' e 'Imoral', o 'Bem' e o 'Mal'. A questão é tão antiga quanto o Mito Fundador da humanidade dos gregos ou Adão e Eva dos hebreus. A verdade é que não existe verdade, e possivelmente nunca existirá qualquer verdade sobre moral e ética fora do contexto do fato em si. Ou em outras palavras, tirando uma certa necessidade dos homens viverem em grupo e de se reproduzirem e sobreviverem como tal, os comportamentos éticos são relativos . Não porque cada indivíduo tem sua verdade, mas porque além disso a verdade de cada indivíduo só é colocada à prova diante dos fatos, dos contextos, das circunstâncias e da maior causa de toda a relatividade, a sua circunstância de se questionar, a si próprio, diante do seu viver. Quanto mais dogmáticas  as convenções que submetem a razão e a linguagem, mais restritivo  o processo de comuni

Curso de Michel Foucault, Violência e Direito

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Curso começa neste Sábado dia 23 de fevereiro de 2013 - 13hs - UMC Villa-Lobos - Sala 201. Clique aqui para obter o PROGRAMA do curso Michel Foucault e a Violência. Clique aqui para obter a EMENTA  DA AULA INAUGURAL do curso Michel Foucault e a Violência. Ligue direto para dúvidas e informações :  (Secretaria Geral) 3648.5087; 3648.5057; 3648.5093 Pode falar comigo se desejar:     jsacadura@bol.com.br Abraço.

Pedagógicas: Pena de Morte e Santa Maria

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Li, um dia destes, um texto ‘inusitado’, daqueles que dificilmente entrariam pela porta da frente de casa. Por nada em especial, simplesmente porque essa casa respirou sempre conforme os ares da ciência. Além disso, o texto refere-se a uma das principais controversas que os brasileiros terão que enfrentar, muito em breve, apesar das opiniões e dos grupos fortíssimos que lhe emprestam cores quase fanáticas. Refiro-me à Pena de Morte. Talvez o ‘inusitado’ do texto que li esteja mais no fato de exatamente discutir, dar opinião, esclarecer de um determinado ponto de vista menos empírico e cartesiano, algo tão concreto e preocupante como a Pena de Morte. Eu achei maravilhoso: tendenciosamente eu não consigo aceitar esse tipo de pena, e poderia aqui elencar fundamentos que vão desde Jesus até a exaurida e escatológica perversidade de nosso sistema penal. Mas não é isso que quero fazer aqui. Há muitos e muitos anos atrás eu descobri num baú em minha casa um livro de um escritor que s

Em Busca das Causas Perdidas: Criminologia e Educação Sentimental

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Emile Durkheim (séc. XIX-XX) disse que o Direito era uma função da Solidariedade ( A Divisão do Trabalho Social ). Isto quer dizer que não é a Solidariedade que depende do Direito, mas que o determina em grau. Se se quiser definir solidariedade social não se passará de uma definição muito abrangente, devido à plasticidade em cada juízo pessoal e de acordo com a variância de cada caso ou ação de solidariedade. A variação é tão grande a cada caso que apenas uma interpretação de técnica social precipitada na consciência coletiva (educação) pode estabelecer algo razoável neste caso. Por isso, Durkheim reflete que a solidariedade social deve ser analisada por seus efeitos concretos. O Direito é uma função da solidariedade, diretamente proporcional a ela. Onde existe maior coesão social, quer dizer, propensão e probabilidade dos agentes sentirem afinidade e serem prestativos, definirem suas estratégias de vida em função dos outros, maior, neste sentido, será a solidariedade e menor o

Quando o Poder Entra em Cena

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Olá. Em breve, como sabem, estaremos ministrando os cursos de férias.    Olhem as imagens ao lado. O que têm de semelhante?!   Em alguns casos a semelhança é quase física.   O que têm de semelhante é a expressão do PODER. O poder tem uma força misteriosa: tende a se expressar quase uniformemente em todos os tempos e lugares. Mais, é fácil de penetrar nos espíritos humanos. Na verdade, só a humanidade (ou desumanidade?!), conhece o poder, cria-o, alimenta-o e o usa como aquele animal doméstico que entra em nossas casas e torna-se parte da família, mais querido até que alguns familiares. Não estou desdenhando dos nossos bichanos de estimação, pelo contrário, estou dizendo que eles não conhecem o poder; nós que o alimentamos, e por isso, o usamos mais amiúde contra os outros do que contra os animais de estimação. Claro, há 'animais' que tratam 'tão bem' os bichos como seus familiares! "O que é exatamente “poder” na sociedade humana, qual sua origem

Livro Ética no Direito