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Mostrando postagens com o rótulo Heidegger

Heidegger e "A Que Horas Ela Volta?"*

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Depois de “Central do Brasil”, este é um dos melhores filmes que se fez em nosso País: oportuno e sensível!   Eu não assisto muito mais filmes “realistas”, menos ainda esses que sobem aos morros e mostram toda a miséria e violência humana. não porque eu acho que eles são inverídicos ou sensacionalistas (embora muitos o sejam, preocupados mais em bilheteria que outra coisa!). mas simplesmente porque vou ao cinema (e eu vou muito!) para me “sensibilizar”! não vou ao cinema para ter um “choque de realidade”. o dia a dia é suficiente para saber o que é a barbárie da “realidade”. por outro lado, o cinema não é apenas uma diversão, mas uma “arte” capaz de nos transportar para o sonho: talvez apenas ali, no sonho, exista afinal a “realidade” com menos barbárie.   “A Que Horas Ela Volta?” é uma arte! Ana Muylaert, a roteirista e diretora, sabia o que queria, e sem querer ser retórico, citaria Edgar Allan Poe: “Nada é mais evidente que o fato de que todo argumento merecedor deste no

A Diferença da Diferença (ou a Desigualdade Ninfomaníaca de Lars Von Trier)

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Para Daiene! Nos tempos de “pós-modernidade” tudo e todos parecem aderir ao extremo relativismo do tipo existem vários tipos de violência, vários tipos de racismo, vários tipos de escravidão, vários tipos de amor, e de ética etc, etc, etc. Mas só existem dois tipos de desigualdade: a desigualdade material e a desigualdade imaterial. Aquela se refere aos bens e serviços necessários à sobrevivência humana, enquanto esta se refere à condição ontológica de realização do espírito humano. No âmbito da sobrevivência material os homens se encontram irremediavelmente no coletivo, como “necessidade”, “carência”, “indigência” e “medo”; não o fazem porque querem, mas porque não podem fugir da sua precariedade material e fragilidade natural. Só no coletivo, só no grupo, no “rebanho”, para usar as palavras de Nietzsche , almejam a sobrevivência. Neste sentido, os homens parecem acreditar que a desigualdade deles frente à natureza e ao cosmos, sua inferioridade e pobreza, pode ser resolvida, p

Pedagógicas: Pena de Morte e Santa Maria

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Li, um dia destes, um texto ‘inusitado’, daqueles que dificilmente entrariam pela porta da frente de casa. Por nada em especial, simplesmente porque essa casa respirou sempre conforme os ares da ciência. Além disso, o texto refere-se a uma das principais controversas que os brasileiros terão que enfrentar, muito em breve, apesar das opiniões e dos grupos fortíssimos que lhe emprestam cores quase fanáticas. Refiro-me à Pena de Morte. Talvez o ‘inusitado’ do texto que li esteja mais no fato de exatamente discutir, dar opinião, esclarecer de um determinado ponto de vista menos empírico e cartesiano, algo tão concreto e preocupante como a Pena de Morte. Eu achei maravilhoso: tendenciosamente eu não consigo aceitar esse tipo de pena, e poderia aqui elencar fundamentos que vão desde Jesus até a exaurida e escatológica perversidade de nosso sistema penal. Mas não é isso que quero fazer aqui. Há muitos e muitos anos atrás eu descobri num baú em minha casa um livro de um escritor que s

O Direito e sua Mitologia

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                                                                                                              Enquanto houver a palavra haverá um sopro, desse sopro se alimentará a vida (William Shakespeare) Eumênides de Ésquilo em uma abordagem psicojurídica Ou Sobre a condição política dos homens § Obra: Oresteia, parte III, Eumênides: teatro trágico grego Autor: Ésquilo, Século V a.C., Grécia – período clássico Tempo da narrativa: Séc. XIV a.C., Grécia – período arcaico Personagens: Clitemnestra, Agamémnon, Egisto, Orestes, Erínias e Eumênides, Apolo e Atenas Lugar: Delfos e Atenas: Tribunal Areópago § 1 Uma esposa adúltera, por ciúme, por vingança e por poder, de conluio com seu amante, Egisto, mata o esposo, Agamémnon, o soberano de Micenas (Grécia), que troca facilmente as graças da esposa por sua concubina. 2 A lascívia, a traição, ciúme, vingança, poder, todas as PULSÕES, todas as forças portentosas do espírito humano.

Livro Ética no Direito